terça-feira, 18 de setembro de 2007

O nome da palavra


Eu tava aqui pensando... Como tem umas palavras, que não sei porque,
a gente gosta tanto.E dá uma sensação tão bacana quando as empregamos.
Tem umas...Que é super difícil conseguir usa-las.
Talvez na escrita até dê. Mas pra falar é quase impossível, tipo:
Idiossincrasia, intrépido, jactância, colossal, murmurejante... Quase não saem da boca!
Outras são ótimas pra falar, escrever, cantar... Que viram nossa marca registrada.
As vezes tenho vontade de juntar todas as palavras que eu gosto num canto só.
Numa página lilás, talvez... E ficar lendo-as, relendo-as, uma por uma.
E saboreando seus sons, suas melodias. Maravilha... Imaginário, devaneio, fluir, poema,
lúdico, fragmento, lâmina, lânguida, súplica, sui generis, paixão, bobagem, relâmpago,
trovoada, vislumbrar, iluminado, voar, zunido, zonzo, verso, prosa, denso, manso, canção
maleável, deslumbramento, nebuloso, silencio, infindável...
Me lembro de Tom Zé, uma vez, numa entrevista na tv. Ele perguntou pra sua mulher,
que estava na platéia: "Como é mesmo, minha filha, aquela palavra que eu gosto tanto?
mas sempre esqueço o nome? -Ah! Ostracismo! E completou:
-"Pois é... Naquela época que eu fiquei no ostracismo...." Então eu pensei...
É realmente uma palavra tão bonita...Que até compensa o peso do fato.
E ósculos e amplexos para Tom Zé. Ele sim, um gênio das palavras. E dos sons...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Fim de caso


Enquanto escuto um blues, me sentindo um lobo solitário.
Penso em quanta besteira você fez. nâo faz nem um mês,
me trocou por outro cara. Agora liga arrependida, querendo
entrar de novo em minha vida e novamente me fazer de otário.
Sem essa baby! Tira essa idéia da cabeça. Eu quero é que você
me esqueça! Esqueça esse lobo solitário!
Nossa estória foi um grande Vietnã. Muitas bombas e band-aids,
chicletes, armadilhas,,, e solidão no front.
No final, aquele suposto amor, foi atingido por uma granada.
Morreu agonizando nos meus braços, e eu não pude fazer nada.
Agora você vem com esse papo, de começar tudo de novo,
fazer de conta que paramos no meio?
Sem chance baby! Não aguento outro Vietnã!
Não suporto outro bombardeio!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

porvir


Eu sinto o tempo escorrendo por entre meus dedos, tão depressa!
Sei que não posso dete-lo. O tempo é implacável, ágil, fugaz...
Eu já não tenho tanto gaz, como há trinta anos atrás. O que eu tenho hoje é medo
de acordar mais cedo e assistir a tudo que está por vir.

Ah! aqueles pães...


Hoje amanheci com vontade de fazer pão integral. Me lembrei de setenta e cinco... Fazendo pão em latinha de cerveja e vendendo nas praias do Arraial D'Ajuda. Bons pães aqueles! A massa crescia além da lata, e os pães ficavam parecendo uns cogumelos.
Às vezes sem querer, entravam na receita, umas sementinhas de canabis. Puro acidente! Essa estória de desenchavar a coisa em qualquer canto... Cai galho, semente...
De vez em quando um cliente desavisado perguntava: "Que condimento era aquele, no pão?" - Umas ervas finas, respondia eu. E ria.
Bons pães aqueles! Nunca mais comi pães tão bons!