sábado, 24 de janeiro de 2009

Minha mães...


São duas as mães que tenho...
Uma me trouxe ao mundo, outra me ensinou a andar...
Uma me deu régua, outra me deu compasso.
Uma me pôs nos braços, outra me deu seu colo.
Uma me ensinou as coisas do mundo,
outra me mostrou as leis do universo.
Uma me fêz fantasias, outra me fêz cair na real,
com os pés na terra!
Uma me contou estórias, de amor, de paz e de guerra,
outra passou tantas noites comigo, em claro...
São duas as minhas mães! Todas duas por mim choraram.
Uma rezou, outra orou. Uma rogou aos seus santos, outra pediu ao Seu Deus,
por minha vida, pra iluminar meus caminhos... Pra eu ser feliz.
Uma me entregou pra outra, a outra me quis.
Uma me cantou canções, outra me ensinou seus hinos.
Uma me deu contos de fadas, outra me leu os Salmos
Ambas me amaram igualmente, também amo as duas por igual.
Com todas duas tive minhas diferenças. Coisas normais, de adolescência...
Agradeço a Deus por ter me dado duas mães, quando tantos não tem nenhuma.
Na verdade eu tenho até mais que duas, mas não quero ostentar tanto privilégio.
Uma me deu casa, roupa, diversão, colégio... Outra me deu o que podia.
Todas duas deram tudo de si, pra me fazer ser o que sou.
Todas duas quiseram o melhor pra mim, eu sei.
Não sei se correspondi as suas esperanças...
Não sei se me transformei na pessoa que elas gostariam.
Não sei se tenho sido uma boa filha,
Como nos tempos de criança...
Talvez eu tenha deixado a desejar.
Mas o que posso dizer é que as amei com todo meu amor,
embora tantas vezes não soube, nem pude demonstrar

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Família, família...




Tenho orgulho de fazer parte dessa família, não que ela seja melhor ou diferente das outras... Decerto não é uma família tradicional, que a todo custo conseguiu transformar seus filhos em doutores, mas nem por isso é pior que qualquer outra. Me sinto privilegiada por ter nascido nessa família, e percebo que cada um de nós é um personagem muito especial nesse espétaculo. Somos todos cheios de defeitos, quase sempre falamos alto, sorrimos alto, as vezes falamos baixinho nossos segredos, as vêzes nossos segredos são tão inocentes, outras vêzes nem tanto...
Alguns de nós são felizes, a maioria, eu creio! Alguns carregam suas cruzes, embora nem sempre as mereçam...
Somos uma família onde tias são mães, mesmo sem ter tido filhos, onde primos são irmãos, e onde existe até um novo tipo de parentesco: "Primo por consideração" (expressão que nunca ouvi em nenhum outro lugar, apenas na nossa casa)
Somos uma família pequena, média, sei lá! Mas de coração enorme, capaz de agregar dezenas de pessoas e transforma-las em membros da família também. Sabemos dividir os pães, as alegrias, as dores... Compartilhar os problemas e as anedotas.
As vêzes, nos nossos encontros temos tantas coisas pra lembrar, tantos baús pra remexer, tantas contas pra acertar... Nos empolgamos tanto que falamos ainda mais alto, e quem está de fora pensa que estamos brigando. As vezes estamos mesmo tendo umas rusguinhas... Saudáveis, claro!
Somos uma família bacana, que se ama, que se importa um com o outro, ainda que muitas vezes não saibamos ou não possamos demonstrar. Outras vezes nos sentimos tão impotentes por não conseguir de alguma maneira influenciar de forma positiva a vida de algum dos nossos. Então rezamos! Entregamos a Deus...
Somos cheios de histórias. Histórias de vida, de quem viveu muitas aventuras e guarda boas lembranças. Nossa memória afetiva é rica, surpreendente, curiosa, engraçada.
Alguns de nós talvez guardem também na bagagem, mágoas, ressentimentos, dúvidas, culpas, arrependimentos... Com certeza tudo isso pesa bastante, e não vale a pena carregar mais!
Somos uma familia que trilhou uma estrada de pedras e flores, dividiu o feijão e o sonho, e o "pão que diabo amassou"... Não passa de um dito popular, nosso pão é de sal e muitas vêzes de doce. Essa é minha família, a família que me emociona, a família que eu amo e de onde com muito orgulho eu vim!
Eu ficaria aqui horas e horas falando dessa família, de como cada um dos tios e tias me influenciaram, com sua criatividade, sua integridade, seu afeto. Falaria do que guardo de cada um, de cada palavra que ouvi ao longo da vida, cada gesto de carinho que recebi, cada bolo, que não importa quantos foram, se foram oito ou doze... Mas foram merecidos e eu agradeço por te-los recebido, hoje eles me parecem bem doces e me fizeram ser quem eu sou: Alguém à bordo, que procura conduzir o barco da melhor forma possível. Errando, acertando, encalhando, fluindo... Mas tentando sempre! Amando a vida, as pessoas... E acima de tudo amando a si própria e a essa família ímpar, especial...