quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nossos pais...


Apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos, eles estão ali com as mãos abertas estendidas, prontas pra nos segurar, ainda que já não tenham mais a força, aquela força do herói e da heroína, que povoava nossa imaginação de criança e que nos protegia dos nossos medos. Hoje seus cabelos branquearam, suas peles perderam o viço, mas os olhos que nos olham são os mesmos da vida inteira. Olhos de quem quer nos ler a alma, compartilhar nossos sonhos, abrir as portas dos nossos desejos e nos entregar na bandeja um mundo que eles sonharam pra nós, sentir até nossas próprias dores, se isso fosse possível...
Eles nos olham, e em seus olhos de pálpebras cansadas há sempre um pedido de perdão. Porque eles sentem que faltou alguma coisa, uma palavra no momento certo, um gesto... talvez!
O sonho da maioria deles é que sejamos o que eles não puderam ser, é que façamos o que eles não puderam fazer, (ou não façamos algumas coisas que eles fizeram...) é que tenhamos o que eles não tiveram, é que sejamos melhores do que eles foram. E é assim que nós somos também, é nesse espelho que vemos nossa face, nossa alma refletida. É nesse espelho que queremos que nossos filhos mirem-se. Porque também queremos que eles sejam melhores do que somos. Como disse o poeta: "Apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos, como os nossos pais"

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