quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eu tenho medo.


Eu tenho medo da morte, da solidão, da dor... De adoecer de repente de uma doença sem cura. Tenho medo do perigo, do amor, de viajar de avião, de assalto à mão armada, de me cortar com gilete, de pisar num prego enferrujado, de ser mordida de cobra, de tomar caldo de cana envenenado. Eu tenho medo de tudo! De cruzar avenidas movimentadas, de bala perdida, de sequestro relâmpago, de trovoadas. De me perder em Nova York sem saber falar inglês!
Tenho medo de injeção, de anestesia, de mar revolto, de correnteza, de manchas de pele. Tenho medo de perder o cabelo, de ficar com insônia, de ter pesadelo. Tenho medo do escuro, do futuro do planeta, de assombração, de carro que vem correndo na contramão.
Tenho medo de gente má, de gente morta, de pisar em despacho, de encruzilhada, de sandália virada, de bola na cara andando na praia, de cair um côco em minha cabeça. Tenho medo da fome, da velhice e do medo. Mas não faço corpo mole, nem tiro o meu time de campo. Dou minha cara a tapa, dou meu pescoço a forca, mas não fujo da raia! Posso ir à nocaute mas não me dou por vencida. Não abandono o ringue, jamais! Quanto mais tenho medo mas tenho coragem. Enfrento qualquer dragão com a minha espada de São Jorge. Meu amuleto é a fé. Meu caminho é o do meio, minha estrela é do oriente! O Meu pai é Oxalá! Meu Rei venha me valer! Deus é Mais!

Um comentário:

Anônimo disse...

E quem não tem medo, que atire a primeira pedra!