
O natal tinha um cheiro diferente, um gosto especial. A ansiedade que tomava nosso corpo era outra. O corre corre daqueles dias tinha um movimento leve, e o relógio do tempo corria em outro compasso. Apesar de nem usarmos a expressão reciclagem, tudo era feito dentro dessa proposta. Consumo sustentável! Éramos ecológicos e nem sabíamos. Além da árvore de galhos secos, algodão e bolas reaproveitáveis... Haviam os arranjos natalinos, feitos com "canoa" de coqueiro e os cachos de coquinhos pequenos que caiam naturalmente dos pés de côco. Juntava-se tudo isso e com uma demão de tinta prateada ou dourada, estava pronto o arranjo mais lindo que nós já havíamos visto em toda nossa vida.
Como era simples e belo o natal daqueles tempos, como eram belos nossos olhos e puros nossos corações. Depois... Só tive natais assim, quando nasceram meus filhos e até enquanto eles eram cianças.